domingo, 6 de fevereiro de 2011

06 DE FEVEREIRO

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ela sempre esteve ali.
no teto.
todas as noites, nestes últimos dois meses, esteve e permaneceu no mesmo lugar, imóvel.
no início, acreditei fosse sonho.
depois, descobri que não era.
era bela, intrigante, tinha tons de cinza e um desenho nas asas.
eram dois olhos.
quem de nós dois observava?
quais de nós dois eram observados?
muitas noites acordei.
noites quentes.
e em todas elas, sempre a mesma visão; seus olhos grandes e os meus, curiosos, desconfiados.
pela manhã, ela não estava mais no quarto.
nem no teto.
em lugar algum.
não sabia por quê chegava, muito menos porque partia.
somente seus olhos olhando os meus.
atentos.


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