segunda-feira, 13 de setembro de 2010

II [poema de Hilda Hilst, in VIA ESPESSA]

Se te pertenço, separo-me de mim.

Perco meu passo nos caminhos de terra

E de Dionísio sigo a carne, a ebriedade.

Se te pertenço perco a luz e o nome

E a nitidez do olhar de todos os começos:

O que me parece um desenho no eterno

Se te pertenço é um acorde ilusório no silêncio.

 

E por isoo, por perder o mundo.

Separo-me de mim. Pelo Absurdo.

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